A invenção de um feriado
O açoite do tempo arde, mas é melhor do que uma bronca do chefe O açoite do tempo arde, mas é melhor do que uma bronca do chefe
ilustração de Gleise Karrara
por Thiago Zuza por Thiago Zuza
Amarrados às cadeiras confortáveis da empresa, os funcionários sofriam os açoites Sexta-feira. No correr do dia os ponteiros do relógio central lhes martelavam a nuca a cada segundo. TAC. TAC. Não havia tics, só tacs mesmo, com toda a força.

Mãos na cabeça, olhos lacrimejantes, cansaço físico e mental, limite da resistência; era como uma derrota no futebol ou o sentimento de impotência ao ter o carro roubado… era preciso aquele último esforço… Mas ninguém estava interessado. E era ainda o meio do dia, acabavam de voltar do almoço: essa meia hora medíocre que mais parece o banho de sol dos prisioneiros ou o recreio das crianças. Alguns realmente tinham coisas importantes para fazer, cópias para tirar, documentos para ordenar, mensagens para responder, e mais uma série de afazeres estúpidos que qualquer máquina bem treinada poderia fazer.

Sentado no fundo do corredor estava o Senhor de Engenho, o chefe. Todos o chamavam Adolf pelas costas. Sentado sempre muito confortavelmente, tinha sido flagrado diversas vezes dormindo. Sua sala estava sempre fechada, escura. Nela havia uma verdadeira constelação mobiliária, com largos sofás, frigobar e uma bela vista para a cidade, que, no entanto, era feia. Sempre sentava com o corpo ligeiramente inclinado para trás, com a barriga ao sol, como se fosse uma espécie bem distinta de animal de sangue frio, um lagarto ou qualquer outro réptil. Ele era verdadeiramente odiado pelos funcionários, como todo chefe deve ser. Não havia dúvida de que sua presença embrulhava os estômagos alheios, desde a moça da limpeza até seu vice-presidente, que não por acaso era seu filho. Este, aliás, mal aparecia na empresa. Vivia “viajando a trabalho”. Ninguém se importava. Os funcionários apenas queriam o salário no final do mês, bem depositado nas respectivas contas bancárias, além de uns poucos dias de férias no final do ano para torrar as economias num parque temático qualquer.

TAC. TAC. O relógio traiçoeiro ainda não havia virado uma hora. Melinda, a secretária, olhava para o computador, olhava para a parede. Depois voltava a olhar o computador. Abria uma agenda e folheava… folheava… Folheava como se fosse uma revista só de imagens, ou um catálogo de cosméticos — os dias, os meses. Pensou como seria terrível uma agenda com horas — 6h da manhã, acordar. 8h da manhã, cumprimentar os colegas de trabalho. E deu um leve sorriso. Fechou a agenda suspirando de tédio e olhou para o lado, exatamente para a mesa do assistente-geral do escritório, Crispin, um senhor bem inútil. Dificilmente se notava algum gesto de ser vivo naquele sujeito. O sono neste homem era praticamente o mesmo do efeito de uma arma química, capaz de liquidá-lo em qualquer situação. Havia histórias de que ele dormira diversas vezes, em reuniões importantes, no elevador, no estacionamento, banheiro. Uma vez um dos funcionários o viu dormir numa partida de futebol, durante o churrasco de fim de ano da empresa. Era motivo de piadas no happy hour e também nos comentários com a família.

Melinda ao notar os olhos cerrados do colega, resolveu se divertir… Foi até a mesa de Crispin e começou a trocar todos os objetos de lugar. Do lado de Crispin, o gerente-geral de vendas, Odílio, não conteve o riso. A moça não somente mudava a posição dos objetos como também executava belíssimos passos de dança enquanto o fazia, girando e rodopiando com um grampeador em uma das mãos, colocando um porta-canetas em cima do computador, jogando objetos para cima, enfiando o teclado na gaveta, os papéis debaixo da mesa etc. Era mais um desses passatempos de trabalho, brincadeiras que os funcionários fazem entre si para vencerem o tédio do escritório, como as crianças fazem na escola, escondidos da professora.

Mas era uma sexta-feira diferente. O que sobressaía era o silêncio. O tempo era maciço, denso. Arrastava-se como uma enorme lesma cega e paralítica por cima do desespero mudo de cada funcionário. Um leve desejo de simplesmente berrar e sair correndo, se jogando contra portas e janelas, passava sorrateiro por cada um dos trabalhadores. O tédio era de rachar a cabeça na mesa. Cada um derretia em sua cadeira, apodrecia cabisbaixo na entrada do banheiro. Escoravam-se nas paredes do corredor e buscavam assuntos para manter a vigília. Alguns fuçavam na internet, outros simplesmente ficavam estáticos, como pedras.

Ele caminha lentamente pelo corredor; talvez, depois de tanto tempo na empresa, ele tenha confundido a si mesmo com o tempo do relógio

De repente o chefe sai da sala. Todos se ajeitam de pronto, se fazem de ocupados, Melinda corre à sua base de comando, onde mantém todos os compromissos do chefe agendados. Ele caminha lentamente pelo corredor; talvez, depois de tanto tempo na empresa, ele tenha confundido a si mesmo com o tempo do relógio. Parecia estar em cadência com os segundos-lama do tempo, arrastando-se por uma areia movediça ou uma banheira de gelatina. Todos estão em seus lugares. O açoite do tempo arde, mas é melhor do que uma bronca do chefe. Ele passa por todos, sem notar nada. Às vezes parecia simplesmente andar dormindo, pairando por entre os mortais, sem nem ver o que estavam fazendo: o delírio do milionário. O chefe pega uns papéis com Melina, olha o enorme relógio central, e volta para sua sala. A porta fecha. Alívio. Quando a porta fecha, a respiração volta. A mera presença daquele sujeito causa apreensão profunda, a suspensão dos filmes de suspense. Não raro uma decepção qualquer na vida “pessoal” (o que restava de vida além do trabalho) deixava o chefe sensível, pronto para descontar, como podia, os aborrecimentos particulares no primeiro funcionário que cruzasse sua frente. Gritaria, obscenidades, xingamentos, apelidos aleatórios às vezes surgiam apenas porque alguém usou, sem a devida autorização, a impressora da chefia. E, veja só, alguém estava usando a impressora naquele exato momento… Nessas situações somente Melinda conseguia falar com ele, acalmando-o. Está tranquilo hoje, comentou como uma especialista em humor patronal.

Mas era uma sexta feira estranha. Não só pelo tempo gordo, mas pelo estranho clima na empresa. Andavam todos sedentos por alguma emoção, uma estranha sensação de que alguma coisa ia acontecer a qualquer momento habitava cada funcionário, e dissimuladamente os levava a conversar com tons cúmplices, a sorrirem esperançosos, disfarçando tal sensação em assuntos como futebol, hoje é sexta, cerveja e tal. As idas ao café, combustível para enfrentar o tédio, eram cada vez mais frequentes. E eram todos profundamente gratos por não terem de pagar pelos dez copos diários de café, de onde Melinda retornara até a mesa de Odílio; alguns comentários internos da empresa, curiosidades do andar de cima, assédio sexual, desvio de verba… Ambos caminharam juntos até a mesa de Gaito, o técnico de informação, que empunhava cara de espanto enquanto lia algo no computador. Que houve? Assaltaram uma loja no centro da cidade, mas entraram com carro e tudo pela vitrine! Que isso! Olha essas imagens!

Ficaram algum tempo ali, vendo as mesmas fotos, em silêncio de olhar ausente, um tanto para passar o tempo, outro tanto pensando no quanto o mundo parecia de fato estar ficando cada vez mais absurdo. Nas imagens, via-se um certo desespero dos assaltantes, tudo feito com notório improviso, na correria. O tumulto como estratégia. Os funcionários ao redor da mesa riam com aquela cena. Nesse instante, o celular de Gaito recebeu uma mensagem. Maior que o espanto com as imagens do assalto foi o de sua reação à notícia que recebera. Um amigo que cumpria expediente em sua respectiva empresa informava o que acabara de ocorrer por lá. Todos os funcionários tinham se rebelado e destruído tudo no escritório, renderam o chefe e saíram gargalhando a valer, num êxtase que só se compreende vivendo.

Gaito ficou um tempo paralisado, estupefato com a notícia. Sentia ao mesmo tempo uma força tremenda, uma impotência cretina, um medo terrível e um desejo de intransigência tentador. Quando contou aos colegas, todos arregalaram os olhos. A sensação de que algo estava para acontecer encontrou uma expressão, a sexta-feira tinha se tornado um desafio; misturava-se à solidariedade pelos irmãos do escritório-irmão um desejo egoísta de sair daquele antro. A notícia correu rápido pelos corredores da empresa. O chefe, no entanto, não notou a movimentação estranha, os comentários de canto de mesa, os olhares assumidamente cúmplices.

Aos poucos, o plano era traçado. Alguns propunham tentar estabelecer uma aliança com os seguranças, enquanto outros já defendiam a tese da rendição à força dos capangas do capital. Os corpos tremiam e os sorrisos de medo e coragem pela grande batalha que em breve travariam faziam suar seus ternos e gravatas. Um grupo deliberava algumas funções: uma parte deles imprimiria as três etapas do plano para distribuir a todos, quando um dos rebeldes indagou sobre o perigo de demissão. Foi o suficiente! Aquela palavra de três sílabas e oito letras bastou para paralisar todas as fantasias e esperanças de um mundo novo. Ninguém queria pôr a perder seu ganha-pão por causa de uma brincadeira que parecia sair de controle. Era natural, então, que todos recuassem a seus postos antigos e debandassem da vanguarda revolucionária; o sonho de um escritório mais justo e igualitário, com o acesso de todos à impressora da chefia, estava fadado a se tornar uma imagem desbotada em suas memórias, antes mesmo de ter se concretizado.

Foi nesse momento que Gaito teve uma ideia. Ele comentou com Melinda que seu amigo tinha mandado aquela mensagem não apenas para ele, mas também para vários amigos de diversos escritórios, que, por sua vez, certamente estariam desejosos de ações drásticas contra a acovardada chefia universal. Imagine, Melinda, se mais de quatro escritórios fizerem essa mesma ação, seria como o Dia da Pendura dos advogados, seria como um feriado nacional dos funcionários de escritório… um dia em que todos os trabalhadores de colarinho branco simplesmente correm feito malucos empresa afora, e ninguém pode perder o emprego por isso, já que se trata de uma nova tradição, sei lá… Que você acha?

Melinda imediatamente correu para o computador e avisou todas suas amigas secretárias, pois eram como um motoclube. A notícia correu rapidamente por todo o setor terciário da cidade, sem que nenhum “superior” notasse a conspiração. O Dia Da Fuga estava fadado a se perpetuar. Em alguns minutos já estava tudo acertado, os três pontos centrais haviam sido estabelecidos: (1) às 15h em ponto todos os funcionários começariam a berrar e a correr para fora do prédio; (2) gritariam bem alto que aquela sexta-feira tinha sido declarada o Dia da Fuga; e (3) na segunda-feira todos fingiriam que nada tinha acontecido, enquanto aguardavam com ansiedade e discrição o Dia da Fuga do ano seguinte.

A coisa precisava ter um mínimo de organização, para não parecer um carnaval fora de hora e impor um ar de tradição estabelecida havia muito. O relógio adquiria uma fisionomia inteiramente nova: a contagem regressiva era, agora, intensa e verdadeira; marcava o aguardado momento em que o corpo se rebelaria, em que todos estariam autorizados a gritar, correr, espernear, derrubar outras pessoas e roubar uma coisinha ou outra do escritório…

Como assim Gaito? Ué, porque não? Vai ser um caos! E riam, descontraindo o nervosismo. Ainda bem que o chefe é mais ausente que dinheiro no fim do mês, senão o Dia da Fuga não ia poder virar realidade. Viva a tradição!

Faltavam ainda vinte minutos, e Gaito e Melinda imaginavam como estariam os amigos nas outras firmas, também ansiosos, também nervosos? Odílio aproveitava para marcar algum bar com amigos, enquanto alguns contavam piadas e se divertiam com aquecimentos e alongamentos, como se fossem correr uma maratona. De repente o chefe sai da sala. Meu Deus! Todos correram desesperadamente para seus lugares, o chefe nota e estranha o movimento, o que está acontecendo?, não se pode dizer. Todos se sentam confusos, não há como disfarçar. O chefe olha a todos, sente-se estranhamente ameaçado e chama Melinda. Gaito, temendo uma traição da colega, murmura com o canto da boca não vá, não vá, mas ela caminha até a sala do chefe. Todos estão apreensivos, já são cinco para as 15h, e não podiam deixar os companheiros dos outros escritórios na mão, a grande rebelião requeria simultaneidade das ações.

Todos os outros estão paralisados. O chefe e Gaito olham-se fixamente um para o outro, o grampeador na mão de Gaito está aberto, “no gatilho”

Então, antes que Melinda desse mais um passo em direção às instalações patronais, Gaito rapidamente pega um grampeador e, com a arma em punho, salta para a dianteira e fica face a face com o chefe. Todos os outros estão paralisados. O chefe e Gaito olham-se fixamente um para o outro, o grampeador na mão de Gaito está aberto, “no gatilho”. O chefe olha ora para a arma, ora para Gaito, ora para Melinda, sem ter a menor ideia do que estaria por vir. Soltou uma risada falsa, um riso amarelo, como um general traído que ainda acredita ter aliados. Chefe, acho melhor o senhor voltar a dormir em sua sala! Como assim fedelho!? Que está querendo provocar? Já está provocado, senhor, não podemos mais recuar! Melinda, que aconteceu? Senhor, não sei. Gaito parece estar confundindo as coisas (disse enfaticamente olhando para Gaito de modo a comunicar que teria ido longe demais).

O duelo de olhares entre o chefe e Gaito permanecia. Melinda tomava distância, no limite entre o riso nervoso e a fuga. O chefe olha para a mesa e vê outro grampeador, mas quando Gaito pressente o movimento, já é tarde, seu antagonista também empunhava uma arma: agora é de igual pra igual. A atmosfera se enche de tensão; suor escorre em gotas graúdas pelo rosto de ambos. O relógio marca um minuto para as três. Basta! Já é hora, pensa Gaito. Pançudo, vou te furar inteiro. O chefe ri. Esse grampeador é de segunda mão, meu filho! Veja esse, e atira um grampo, prendendo uma série de memorandos na mesa. Ambos estão nervosos, o grampeador treme, as pernas lentamente se revezam no apoio do corpo, o chefe dá um passo… Três horas!, grita um dos funcionários.

Alguém já disse que a agitação das multidões vem geralmente como uma onda no mar, que se prepara, ganha força e desaba fortemente. Mas não foi esse o caso. Ao bater das 15h horas, foi como se um acidente nuclear despejasse gente pelas portas dos prédios. Imediatamente todos ali se puseram a correr, inclusive Melinda. Crispin ainda dormia, mesmo com todo o alvoroço, e só fez movimento de abrir os olhos quando pularam por sobre sua mesa, para logo em seguida cerrá-los de novo. O chefe ficou paralisado, aturdido em meio à turba, enquanto Gaito olhava radiante para o caos que ajudara a promover; pessoas subindo nas mesas, derrubando máquinas, computadores, ou o que encontrassem pela frente.

Enquanto muitos se aglomeravam nas escadas, outros, mais preguiçosos amontoavam-se na frente do elevador e promoviam a escapada em doses homeopáticas, empaçocando-se entre um abre-fecha da porta automática, como estavam habituados a fazer no metrô.

Gaito ainda estava em posição de duelo. Quando o chefe baixou a guarda, Gaito aproveitou para dar-lhe uma grampeada no braço! Movimento rápido, ágil, mas, ao que parecia… ineficaz. O chefe não reagiu nem com um olhar; apenas contemplava com um ar de incompreensão a cena surreal a sua frente: todos os funcionários se debatendo para entrar no elevador, tentando ir embora desesperadamente, e Crispin roncando e babando em sua cadeira.

Vê agora! Você não tem mais o controle! Saiba que hoje é o dia da escapatória, senhor, disse Gaito, que enquanto proferia essas palavras parecia retomar a lucidez, percebendo que havia grampeado o chefe. Largou sua arma no chão, arregalou os olhos e correu para o tumulto gritando Dia da Fuga! Dia Nacional da Fuga! E todos repetiam desordenadamente, entupindo-se no elevador, Dia da Fuga! Fuga!, enquanto vez por outra surgia uma voz organizadora, Calma! Vamos por vez! O chefe, com passos vagarosos, se aproximou do empurra-empurra à porta do elevador e, como de costume, ficou ali parado, com os braços cruzados, a alguns metros de distância, observando o tumulto.

O elevador descia lotado, os demais agitados esperavam que voltasse, e gritavam gloriosa vitória. De quando em quando tocava o celular do chefe. Ele atendia, e eram sempre relatos de outros patrões sobre o que havia acontecido em suas respectivas empresas, o tal dia da diáspora empresarial. Então teve a estranha sensação de que a situação era normal; começou a notar como alguns dos funcionários riam muito tentando escapar pelo elevador e começou a rir também. Cada funcionário com um rosto mais cômico que o outro, vermelhos, eufóricos, esmagados uns pelos outros na porta de um elevador lento. Pareciam minhocas engalfinhando-se em um balde ou crianças eufóricas diante de um novo brinquedo. Notou como os olhinhos de Gaito brilhavam com a correria da fuga, como Melinda empurrava o chinês da informática para entrar logo no elevador, enquanto este abria espaço com suas muletas, lutando por sobrevivência. Estavam muito felizes esses funcionários. O chefe então assimilou o feriado, fez de conta que já sabia do evento, comentou com o colega chefe que no ano passado havia assistido a uma balburdia dessas nos Estados Unidos e que era bom para a descontração do pessoal, depois eles produziam mais e melhor. Ele se compadecia da miséria dos escravos; diversas notícias ao vivo já corriam pela internet, comemorando mais um Dia da Fuga.

O chefe caminhou risonho até sua sala, pensando soberanamente em como o mundo vai mudando com o tempo, e que não se trabalhava mais como antigamente. Enquanto o último grupo entrava no elevador, Gaito correu até a mesa, e pegou algumas folhas, canetas e até o grampeador que jazia ao solo — como recordação. Desceu com o último grupo que o esperava, rindo como crianças que fogem do guarda noturno do parque, um riso farto, de doer a barrida, de tirar a força para continuar correndo.

O chefe caminha pelo corredor, passa por Crispin e dá um forte tapa na mesa, que enfim desperta o funcionário. Perdeu um enorme circo, meu velho! Entra em sua sala e começa a ler as notícias. O Dia da Fuga havia sido um sucesso, e os chefes encamparam o feriado, que se tornou não apenas habitual, mas também legítimo. O chefe coçou o braço, e arrancou, atônito, um grampo. Preocupou-se com o tétano, depois com o saldo geral da empresa, que não ia nada bem. Dia da Fuga, era só o que faltava…

Na segunda-feira todos estavam presentes no trabalho.

Thiago Zuza é psicólogo clínico e doutorando em filosofia com pesquisa sobre Henri Bergson. Publicou pela editora Urutau o livro de poesias Resiliência (2015).

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